Ensaio sobre uma fotografia feita em Pernambuco

Neste espaço é possível navegar lateralmente e ampliar as imagens para vê-las em destaque. O site, com nove trabalhos, foi pensado como uma exposição coletiva. E pode ser visto de maneira randômica, por entradas distintas, ou de forma mais linear, via menu. Você terá uma melhor experiência navegando por computador. Caso acesse pelo celular, sugerimos girar para a posição horizontal.

Cartografia PE – ensaio sobre uma fotografia feita em Pernambuco

“não se trata de imaginar uma experiência, mas de experimentar uma imaginação” – Viveiro de Castro

Cartografia PE é um site que apresenta nove trabalhos virtualmente expostos em salas e, por vezes, interrompidos por imagens soltas que tentam despistar os caminhos de uma navegação linear. Uma operação artística que constitui esta localização transitiva sobre uma produção fotográfica feita em Pernambuco.

Fotógrafas, fotógrafos, pesquisadoras e pesquisadores, aqui expostos, ocuparam as mais diversas atividades que realizamos nos últimos anos. O que seria uma curadoria nos serviu como mais uma atividade no grupo que formamos em 2019 para dar aulas, tocar pesquisas e propor ideias.

Nos relacionamos com os trabalhos apresentados, da maneira mais próxima possível. O filósofo francês Henri Bergson (1859/1941) diz que a arte é uma forma de “visão mais direta da realidade”. Isso porque a intuição em sua obra se contrapõe à análise e faz de um olhar imediato uma etapa forte do conhecimento, como uma duração da consciência ou impulso criativo da vida. Nós permitimos aqui uma permanência neste estado intuitivo e apresentamos esses trabalhos porque até hoje eles não se encerram em nossas discussões.

O site é mesmo uma operação artística, o que inclui cada trabalho exposto, mas também a nossa dinâmica sobre este percurso que tenta se deixar aberto, múltiplo, para que a gente se coloque a experimentar as mais diversas imaginações. Expressar o que percebemos sobre a fotografia feita em Pernambuco deve vir de uma exposição que começa em nós mesmos. A constância de nossos encontros abre-se, não por um foco, mas por uma intensidade, o que gera sobre o que entrevemos e jamais coloca-se nítido ou pronto.

Tentamos, desta maneira, este “mapa aberto, conectável em todas as suas dimensões, desmontável, reversível, suscetível de receber modificações constantemente” (Deleuze & Guattari, Mil Platôs, vol. 1, p. 22). Nos textos que seguem os artistas no site, detalharemos cada trabalho especificamente. Em conclusão, este texto resume-se ao convite em dividirmos os deslocamentos até então trilhados aqui por dentro, com novos passos apagando os que já demos.

Mateus Sá, Eduardo Queiroga e Pio Figueiroa.